COPENHAGUE - A humanidade pode se adaptar às mudanças do clima sem necessidade de ceder ao pânico, sustenta "Cool it", um documentário sobre o polêmico climatologista dinamarquês Bjoern Lomborg, concebido como uma resposta a "Uma Verdade Inconveniente", sobre a crise ambiental provocada pelas emissões de gases-estufa, apresentado pelo ex-vice-presidente americano Al Gore.
O filme, do americano Ondi Timoner, propõe estratégias para contrabalançar o aquecimento global: pintar as cidades de branco para refletir a luz do sol e reduzir a temperatura, captar a energia das ondas, obter combustíveis a base de algas e inclusive esfriar artificialmente o planeta produzindo nuvens na atmosfera.
"O debate sobre o clima se viu contaminado pelo fato de que só se aceitam duas posições: ou se é negacionista do aquecimento global ou se é pró-Al Gore e o fim do mundo está próximo. O problema é que nenhuma destas duas posições é justa", afirma Lomborg. "Não há meio termo e precisamos dele de verdade", disse aquele que é apontado como o 'enfant terrible' do clima.
"Cool it" (expressão que, em inglês, significa "Esfrie" ou "Fique frio"), criado em resposta a "Uma Verdade Inconveniente", ganhador do Oscar de melhor documentário 2007, sustenta que as consequências das mudanças climáticas serão limitadas e que o mundo pode enfrentá-las em um primeiro momento, fazendo ao mesmo tempo grandes investimentos em ciência para encontrar soluções de longo prazo.
"Este filme é uma continuação do de Al Gore", ganhador do Nobel da Paz 2007 junto a um grupo de especialistas em clima por sua ação global contra o aquecimento global, explicou Lomborg.
"Seu filme fez com que todos nos conscientizássemos das mudanças climáticas, mas na base do pânico, e temos que superar esta etapa. O pânico não é um bom estado de ânimo para tomar boas decisões", explicou o climatologista, que dirige um "think tank" em Copenhague.
Ele tem como alvo a estratégia atual de emissões de dióxido de carbono (CO2).
"O pânico não é um bom estado de ânimo para tomar boas decisões", diz Lomborg
Segundo Lomborg, o custo total do Protocolo de Kyoto alcançaria os US$ 180 bilhões ao ano. Quanto ao plano da União Europeia para diminuir em 20% suas emissões de CO2 até 2020, o cientista afirma que as medidas reduziriam o PIB europeu em US$ 250 bilhões ao ano, cinco vezes o custo previsto por Bruxelas.
Para o polêmico especialista, os dois projetos só conseguiriam reduzir a temperatura de 0,08 a 0,1 grau Farenheit (cerca de 0,05 grau Celsius) antes de 2100. A meta inicial, anunciada pela ONU, é limitar o aquecimento global a 2°C durante o século XXI com relação aos níveis anteriores à Revolução industrial.
Para Lomborg, é melhor investir o dinheiro (US$ 100 bilhões ao ano) nas novas tecnologias verdes e em combater os problemas urgentes dos países pobres: Aids, malária e água potável.
Lomborg, de 45 anos, cujo livro "O Ambientalista Cético" desatou a fúria de cientistas do mundo inteiro, afirma que os alarmistas estão errados. "Há muita gente bem-intenciada que pensa que precisamos de uma mensagem 'mais sexy' para difundi-la melhor", criticou o dinamarquês, cujas intervenções ocupam bastante tempo na primeira parte do documentário.
"Isto não funcionou com a guerra no Iraque e tampouco funcionará para encontrar soluções de longo prazo" para o aquecimento global, concluiu.
"Cool it" (com 1h28m de duração) apresenta opiniões de respeitados cientistas, entre eles o físico Freeman Dyson, da Universidade de Princeton.
O documentário, que já foi exibido em vários festivais, como o de Toronto, será lançado na Europa, após sua estreia nos Estados Unidos.
Convivência é o modo espantoso da transmissão de valores, de modos de vida (modus vivendi), crítica benéfica ao modo de ser de cada um de nós. Fluxo contínuo de informações sobre o presente da experiência, interpretando o passado e planejando o futuro. Conviver: partilhar valores, modificar continuamente a percepção interna. Quando cessam nossos contatos com o outro, empobrecemos, desesperamos, desorientamos.
Condição essencial da convivência: lealdade. Significa a certeza de que a mensagem por nós recebida é algo que integra verdadeiramente o universo do outro. O grande risco da convivência é o perigo de distorções veiculadas pela ideologia, pela propaganda e pelo fanatismo.
Convivemos também com os meios de comunicação de modo bem mais envolvente do que podemos perceber. Ouvindo a vozinha macia no rádio, vendo a beleza escultural dos modelos na televisão, engabelando-nos a comprar mais traquitanas, soam, providênciais, as palavras de Joana de Angelis: “Estimulados pela propaganda bem elaborada, desejam comprar, mesmo sem poder, o que vêem, o que lhes é apresentado, numa volúpia crescente. Abarrotados uns com coisas nenhumas e outros vitimados por terrível escassez”. Formas depravadas de convivência, aliciando nossos instintos inferiores. Nossa intimidade é violada pelas imagens sensuais, isca dilacerante de inclinações que integram os porões de nossa sexualidade. Esta persuasão hablilíssima, verdadeiramente diabólica, foi estudada por Vance Pakard num belo trabalho (“os persuasores invisíveis”. Penguin Books). E este foi o discípulo do grande economista T. Veblen, autor da obra definitiva sobre o tema: “A teoria de classe ociosa” (ed. Abril).
Na trilha da persuasão do vazio, segue-se a propaganda política. A técnica é a mesma: sob a fantasia da convivência amável, os meios de comunicação ‘vendem’ seus candidatos. Fôssemos devassar, com seriedade, a intimidade desses ‘produtos políticos’ embalados pelas agências de publicidade, a maioria absoluta mereceria não a prisão mas o hospício. O grau de corrupção dos políticos da atualidade superou a delinqüência, atingindo a demência. Essa classe nefasta já foi castigada impiedosamente nas páginas imorredouras da “República”, de Platão (428-348ªc). a filosofia, mais do que simples especulação, é garantia de sanidade em todos os tempos.
(Texto extraído do jornal Estado de Minas, Seção Opinião, pag. 5, 1° de Janeiro de 1998)
* texto extraído do livro Educación Ambiental - UPEL, Venezuela 1996
Atéagora foram apresentados aspectosmuitoimportantes da dinâmica de populaçãohumanadentro de uma perspectivahistórica, na qual se tem enfatizado como o crescimento da população, (…) porfatoresexógenos e endógenos. Também é interessante analisarcomo as diferentes sociedades têm colocado suatecnologia ao serviço de uma maiorprodução de bensmateriais, para a satisfação das necessidades básicas da população.
Parasatisfazertaisnecessidades têm-se usado os recursosnaturais. Estes, na medidaemque a população vai crescendo, vêm se esgotando e se observa ummercado deteriorado de taisrecursos resultando, às vezes, irreversível.
A seguir, é oferecida a informaçãosobre a evolução sociocultural humanacomênfase nas interaçõescom o ambiente.
Durante o paleolítico, entre 95 a 100 milanosatrás, os gruposhumanos eram nômades. Obtinham seualimentomediante a caça e coleta de produtosvegetais e animaisaquáticos. Eram fundamentalmente depredadores, motivospeloqual tinham que se deslocar de umlugar a outroparaconseguir o alimento.
Conheciam o fogo, que utilizavam paraprotegerseucorpo do frioou das feras, para cozinhar e caçar. Usaram pelespara vestir-se e recobrir as cabanasquejá começavam a fabricar à semelhança das grutasnaturais, quetambém aproveitavam como refugio.
Fabricavam ferramentasrudimentares de pedra e mostravam umcertoindício de agrupamentosocialmuitoprimitiva, na qual se transmitiam os conhecimentosque haviam adquirido e que os permitia sobreviver.
O agrupamentosocial possuía uma castabemdefinida, na qual havia somenteumchefepara os trabalhos de defesa e paracoleta, caça e pesca. Note-se que estas atividades estavam dirigidas paragarantir a sobrevivência da espécie.
Quanto às crenças, mostravam grandeadmiraçãopelanatureza e aceitavam a existência de váriosdeuses: a chuva, o sol, o vento e outros. Anteriormente, eles mantinham uma atitude de respeito e admiração.
Posteriormente no mesolítico, maisoumenosimprecisamente, os gruposhumanos adotaram ummodo de vidarelativamentesedentário, o quelhes foi possíveldepois da últimaglaciação. O ambientemenosseverolhes permitiu o abandono das cavernas, a sedentarização, a construção de casassobre as árvores.
Os assentamentos iniciaram-se emáreas próximas a rios e lagos e iniciou-se a agricultura e a domesticação de animais. Com estas mudanças, o homem passou de coletor a produtor. Assim, dispôs de uma fontesegura de alimentaçãoque foi decisivopara a sobrevivência da espécie.
O tipo de economia de produçãoque se iniciou foi acompanhada de outras mudanças muitoimportantes, taiscomo: divisãopara o trabalho, construção de casas, domínio de técnicas de trabalho agropecuário (corte, queima, roça, irrigação, plantiotemporário, rotação de cultivos, construção de "taludesagrícolas", uso de ferramentasmaiseficientes, construção de silosparaacumulação do excedente); inventaram a roda e usaram o cavalo, comqual melhorou o transporte.
O agrupamentosocialera o clã totêmico; eram exogâmicos.
No religioso, continuou o politeísmo e acreditavam na vida pós-morte. Seupensamentoeramágicoreligioso e sentiam umgranderespeitopelanatureza e pêlos fenômenoscomo a chuva, trovão e outros.
O homem do neolítico foi mudando gradualmente o uso da pedrapormetaispara a construção de ferramentas: primeiro usou o cobre, logo o bronze (uniãoentre o cobre e estanho) e depois o ferro. Sendo este, de grande utilidade e importânciaporque aumentou a eficiência no trabalho, comopara a construção de armas, escudos, vasilhas e adornoscomobraceletes e colares.
A invenção da escritura foi o feitomaistranscendental da pré-história, com o qual se deu início à épocahistórica: escrita hieroglífica egípcia, há 3.500 anos a.C. ; escritacuneiforme, há 3.200 anos a.C.; alfabeto egípcio, há 3.000 anos a.C.; alfabetofenício, há 1.500 anos a.C.
Todas essas mudanças influíram notavelmente no número de habitantesemcadaassentamento.
É importanteadvertirque a revoluçãoneolíticanão foi umfenômenohomogêneo, nemmesmo no aspecto cronológico, porque as condições ecogeográficas diversas no planetanão o permitiriam, uma vezque as espéciesvegetais e animais diferiam de uma região a outra. Além disso, respondiam às condições ambientais de maneira diferenciada. O processotampouco pode serhomogêneoporque as capacidades e potencialidades dos gruposhumanos diferenciavam entresi. Assim, os que dominavam maiseficazmente a terra, porconhecermelhorestécnicas de produção, controlavam e exploravam de certomodo os grupos de menorpoder. Portanto, impunha-se cadavezmais a divisão de classes.
É oportunodestacarque os agrupamentoshumanosprimitivos eram caracterizados como de subsistênciadevido, fundamentalmente, por produzirem paradisporsomentenecessárioparasobreviver.
Na agricultura, a domesticação de animais, os assentamentos e demaisatividadesque conduziram as sociedades de subsistência, deram início ao deterioro do entorno, indiferente de quem se fosse, agricultoresouhorticultores.
No caso dos horticultores, os danos eram mínimos, limitando-se a pequenasconcentrações de sedimentos e baixa contaminação do ar contaminação do ardevido a queima. Os rejeitos eliminados pelogruponãosó eram de baixoimpactodevido a poucadensidade da população, mastambémpor serem dejetosbiodegradáveis; todavianão se usavam os materiaisnãobiodegradáveis de grandeuso na atualidade.
Outroaspectonegativo foi a necessidade da rotatividade das áreas de baixo cultivo, porquedepois de várias colheitas sucessivas o terreno ficava empobrecido. Ao tornar-se serimprodutivoeranecessárioabrir outras áreasparanovos cultivos. Emconseqüência, produzia-se uma deterioraçãocontínua dos soloscom a correspondentedestruição da vegetação, a fauna e a água.
Apesar dos impactosassinalados, é racionaldizerque nas sociedades de subsistência havia certo equilíbrio com a natureza. Porqueeraassim?
Primeiro, porque a densidade da populaçãoeramuitobaixa e o efeitonegativo podia ser superado ou equilibrado naturalmente num temporelativamentecurto. Ditoemtermosecológicos, os taisefeitosnão superavam a capacidaderegenerativa do ambiente.
Uma outraconsideração é que aquelas sociedades estavam em equilíbrio com a natureza, em comparação comsociedadesposteriores, onde a magnitude da degradação causada se fez maior e alcançou, emalgunscasos, limitesirreversíveis, talcomo tem sucedido com a sociedademoderna.
É oportunoassinalarquesociedades de subsistência têm existido nãosó no paleolítico e neolíticoassimcomotambém têm estadopresentesem todas as épocas, ao lado e a margem de outras sociedades de maior avance tecnológico de qualquerpaís do mundo.
Depois do neolítico, sucederam-se váriosfeitos de grande transcendência para a humanidade. Entreeles:
- a utilização dos metais;
- o uso da água e o ventocomofonte de energia;
- a formação de cidades;
- a construção de estradas e aquedutos.
Estesfeitos interagiram e influenciaram na diversificaçãotecnológicaparaassegurar uma maior produtividade, o que exigia e justificava a divisãopara o trabalho, com a conseqüenteaparição das classessociais.
Na medidaemque se foi fazendo maiscomplexa a interação, a tecnologia usada foi exercendo uma maior negatividade sobre o equilíbrio natural. Maiorconcentração de população demandava maior produtividade, e esta, conduzia a uma maiordegradação do ambiente.
Esteja certo de que o processonão é uniformeem todas as latitudesnem é uma continuidade cronológica; a degradação do ambientenão é estritamente lineal. Sãozonas do planetaonde o processo de destruição do ambiente tem sido mais acelerado queemoutros. O que parece na verdade é estardiretamente relacionado é o tipo de alteração e a velocidade do processocom o grau de avançotecnológico utilizado para a produçãoquedemanda a sociedade, emconcordânciacom o estilo de desenvolvimentopostoemmarcha, o qual responde à ideologiadominante na classesocialmaispoderosa.
Durante os séculos da IdadeMédia, aindaque se continuou afetando o equilíbrio natural, a interação sociedade-ambiente esteve marcada pelas grandesculturas caracterizadas porumcomplexosistema ideológico-político e socioeconômico.
Outroaspecto ideológico presente na IdadeMédia foi o motivo e justificativa das invasões e conquistas dessa época; trata-se da propagação da fé cristã no mundoocidental. Tem-se aceitado que a necessidade de propagar a fé, justificava grandesmatanças e extermínio de povos e cidades. Também tem-se ditoque a auto-consideração do homemcomocriaturafeita à imagem e semelhança de Deus, determinou que o homem se considerava com o amo e senhor da natureza, e que esta devia estar a suadisposição.
Além disso, deve-se assinalarquenão existia a consciência da finitude dos recursosnaturais, isto contribuía a crerque eram inesgotáveis.
Apesar de os danos a natureza vinham aumentando, não alcançou níveiscríticosporque a baixadensidade da população e o baixoníveltecnológico atuavam comofatoreslimitantes. Os principaisproblemas ambientais maisnotórios originavam-se nas cidades, devido à falta de alimento e as epidemiasque se propagavam facilmente pelaausência de medidas sanitárias.
Apesar de que o expressado é valido emgeralparatoda a IdadeMédia, algunsfeitos ocorridos a partir do século XII devem serassinalado, dadoque influíram notoriamente na relação da sociedadecom o meio e criando condiçõesparaumaumento da população, cujadensidadenoscentro dos povoados constituía causaimediata de outrosproblemassociais.
Entreestesfeitos tem-se:
- o uso da rodahidráulica, o que permitiu uma grandeexpansão dos moinhos de água;
- a rodaeminstrumentosagrícolas e nas fábricas de tecidos (industrial e têxtil);
- utilizou-se a força animalemformamaissistemática na execução de atividadesagrícolas, talcom o arado e o transporte dos produtos colhidos;
- o uso da bússola e lemenostransportesmarítimos foi muitoimportanteparaacelerar o comércio, a comunicação, com o conseqüenteintercâmbio de tecnologias, e é claro, da culturaemgeral.
O maiordesenvolvimentoagrícola a maiseficiente comercialização e a indústriatêxtil dos últimosséculos da IdadeMédia, contribuíram paraimpulsionaraindaqueemformamuito limitada o processo de destruição do solo, da vegetação e da fauna. Entre os problemas causados pelaconcentração de pessoasnospovoados, os maisnotórios foram as doençasporfalta de salubridade no meio, agravadapelaescassez da água.
As transcendência dos feitos mencionados, está emque contribuíram para a iniciar as profundas mudanças tecnológicas dos séculossubseqüentes.
Para uma maiorcompreensão da relaçãoentre a sociedade e seu entorno a partir da revoluçãoindustrial (XVIII ao XX), é precisorelembraralgunsfeitosmaisrelevantesentre os séculos XV e XVII.
Nestes séculos, os avançostecnológicos, cientistas e o sistemaeconômico, significaram a ante-sala da revoluçãoindustrial. Esta marcou uma novacircunstânciapara o crescimento demográfico, o processoeconômicomaterial e é claro, para a grandedestruição e consumo dos recursosnaturais.
A partir do renascimento, o conhecimento do mundo da umgiroinusitado e passa-se de uma concepçãoqualitativa, religiosa e muito limitada espacialmente, a outra de caráterquantitativo, nãoreligiosa e de grandeextensãoespacial.
Essa mudança de concepção do mundo foi possível pêlos avanços do conhecimentogeográfico, astronômico e matemático. O progresso na física e na química permitiu ummaiordesenvolvimentotecnológico e isto, porsuavez, causou ummaiordomínio e exploração da natureza. Assim, o homem adotou uma novaposiçãoante o mundo e se auto-considerou comdireito a manipulartudo o quelhe rodeava, próximooulonge, a fim de satisfazersuasnecessidadesmateriais. O espiritual estava passando a umsegundooutalvezúltimoplano. O maisimportante foi o bemestarmaterial e econômico, sustento do poderpolítico.
Entre os feitosmaisnotórios do período compreendido entre os séculos XV e XVII pode-se assinalar:
- grandes descobrimentos geográficos;
- descarte da concepçãogeocêntrica do universo;
- grandes e sangrentas lutas religiosas e as correspondentes reformas;
- incrementocomercialentre os países colonizadores a suascolôniascom a conseqüenteexploração, extração e saqueio dos recursosnaturais, contribuindo à acumulação de capital dos colonialistas, bemcomo o aumento de seupodereconômico e político;
- a ciência e a tecnologiasãopostas ao serviço dos colonizadores, fazendo-se maiseficiente a exploração dos recursosnaturais de suascolônias. Umexemplo foi é o desenvolvimento a massificação do uso de fontes de energiacomo a água e a hulha, o desenvolvimento da metalurgia e a mineração com a conseqüenteexploração dos minerais, o esgotamento dos recursosmadeireiros e a drástica alteração faunística, pedológica, aquática e aérea;
- nas cidadesnãosó se concentraram as populações, criando melhorescondiçõespara a expectativa de vida, comotambém de trabalhosemindústrias e comércio, convertendo-se emgrandescentros de produção mecanizada. Ao mesmotempo, esteaspecto deu espaço ao desemprego da população produtora artesanal, que vieram a resultaremoutrosgravesproblemassociais;
- a maiorcapacidadeprodutiva concentrou-se no estratosocial de maiorpodereconômico. Esta situação produziu a expansão da indústria e do comércioentre colonizadores e colonizados. Taisfeitos conduziram à acumulação de capitalnospaíses industrializados e a destruição e esgotamentos das riquezasnaturais das colônias.
Entre os séculos XVIII e XX consolidou-se o fenômeno denominado revoluçãoindustrial, caracterizado por uma extrema complexidade ideológica, política e socioeconômica e responsávelpor profundas desigualdades sociais, enormesavançostecnológicos e de severosefeitos no ambientais planeta.
É convenienteindicarque o desenvolvimentoindustrialnão se manifestaporigualemtodos os países, devido ao fatoque uns resultaram economicamente mais favorecidos queoutros. Da mesmamaneira, os efeitossãodiferentesentre os paísesricos e pobres.
Outroaspectoque convém assinalar é que, apesar de umdeterminadopaís seja considerado comodesenvolvidoindustrialmente, coexistem nele, diferentesgrupossociaisemdiversosgraus de desenvolvimentomaterial, e, porconseguinte, de nívelsocial e de qualidade de vida. Igualfenômeno ocorre nospaísesemvia de desenvolvimento, nosquais, a problemáticasocial alcança níveisdramáticos.
Foi-se ditoque a altaproduçãoindustrial se orienta essencialmente à satisfação de interesseseconômicos e materiais. Manter uma produçãoindustrialcrescente e rentável economicamente, exige umcontínuoconsumoexcessivo dos produtos. Esteaspecto tem garantido utilizar os meios de comunicaçãosocialpara a promoção do desenvolvimento economicista, valendo-se da psicologia de massas.
A crescentedemanda de energia tem conduzindo ao esgotamento dos hidrocarbonetoscomorecursonatural energético porexcelência; emconseqüência, tem-se vindo estimulando o uso da energianuclearcomoalternativa; com a agravante de que esta constitui umelevadoriscopara a sobrevivência do própriohomem.
Poroutrolado, as alternativasenergéticasnão contaminantes como a solar, eólica, biológica e hidrológica, tem sido subutilizadas. Podemos entãoexplicarporque tem sido assim? Simplesmente, porque estas alternativassãopoucorentáveisem comparação com a energianuclearou a de hidrocarburetos.
O sistema de desenvolvimentoindustrial exige altosbenefíciosemcurtoprazo e a menorcusto, o qualnão é possívelcomenergia contaminante. Esta é apropriadaporoutroestilo de desenvolvimento, de acordocomoutroestilo de vida, sustentando emvaloresmuitodiferentes aos da atualsociedadeindustrial.
Queoutrosfeitos têm ocorrido emtorno do homem?
A sociedade industrializada, além de necessitar de maisalimento, maisenergia e maismatériaprima, tem desenvolvidoumestilo de vidaque depende do saque à natureza. Desta maneira tem desaparecido a possibilidade de coexistência entre a sociedade e a natureza.
Tem-se contaminado o ar, a água, o solo. Tem desaparecido a vegetaçãoparadarpasso a "selva de pedra". Grandenúmero de espécies de animais tem desaparecido. A contaminação sonora e visual tem-se feitopresente e quasenão sobram áreasnaturaisnempara recreação nemmuitomenos, para a inspiraçãoartística.
Antes de seguiradiante, faz-se necessárioresponder a uma pergunta. É o desenvolvimentoindustrial, o progressotecnológico e científiconegativopara a humanidade?
A resposta é obvia. Emmuitosaspectos tem sido favorável, entretaisaspectos podem serassinalados: melhorias médico-sanitárias, melhorias alimentícias, casasmaiscômodas, melhordisponibilidade de vestuário, controle de muitas doenças, diminuição da mortalidade, melhor deslocamento e meios de comunicaçãomaiseficientes, serviçospúblicos de qualidade, melhoremprego, maioringressoeconômico, melhorias educacional e muitas outras.
Todas essas mudanças manifestaram-se em uma grandediminuição da mortalidade. A esperança de vida ao nasceraumentapara 55 anosnosfins do século XIX, e é maiorainda no século XX. Isso traduz, quantitativamente, emumgrandeaumento da densidade da população a nível mundial, o qual exerce uma grandepressãosobre os sistemas de produção e afetam de formanegativa e diretamente aos recursosnaturais. Assim, aindaque as doenças tenham sido cadavezmais controladas e a distribuição de alimentos tem sido estimulado aos maisaltosníveis exigido peloshumanos, teme-se estar vigente outrasituaçãoque tem impedido que o aumento da população seja aindamaior do que tem sido. Trata-se das guerras, atrás das quais estão as maisinconfessáveisfinalidades ideológico-políticas e econômicos e, aindaque pareça difíciladmitir, a ciência e a tecnologia se tem colocado a serviço de garantir uma maioreficácia destes diversospontos de vista. Além disso, a ciência e a tecnologia têm estadoabaixo do controle dos gruposmaispoderosos economicamente.
É oportunorefletirsobre os seguintesaspectoscaracterísticos do desenvolvimentoindustrial das últimas décadas do século XX: a automação, as contribuições da física, da química e da biologia; a transcendência da tecnologiaespacial, os meios de transporte, o uso dos plásticos e os grandesavanços da ciências da conduta (sociologia, publicidade, psiquiatria, psicologia, estudo de mercados e outros).
Emrelaçãocomessesaspectos é conveniente perguntar: como surgiram oucomo alcançaram o grau de desenvolvimentoque os caracteriza? E também: quaisefeitos vêm sendo causados tanto no meionaturalcomo no comportamental dos indivíduos e da sociedadeemgeral?
É fácilnotarcomo a ideologia dos grupos de poderemdefinitiva sustentam ao sistemapúblico e econômicoque determina, porsuavez, umcertoestilo de desenvolvimento e umcertomodo de comportamentocoletivo. A esterespeito pode-se assinalarque o homem, no transcurso do tempo, vem vindo mudando a suaconcepçãosobre o universo, do mundo e de simesmo. A mudança de usaridéiassobre o que o rodeia e de elemesmo tem estadoemrelaçãocomo o conhecimentoque vai acumulando. Assim, emboracadavezmais se conhece sobre o que o rodeia e sobreseupoder de manipulação, maior é usoque se dá sobre os outros e sobre a natureza.
É conhecidoque a concepçãodominante no mundomoderno, e commaiorênfase no contemporâneo, é de caráter materialista, onde o interesse político-econômico está centrado no progressomaterial e na obtenção de benefíciosemcurtoprazo. Isto vai se realizando neste séculosobre uma formacadavezmais acelerada, com o intuitoemobter a máxima rentabilidade possível a expensas dos limitados recursos da natureza. Recursosque tem sido utilizado como se tratasse de umcapitalinesgotável.
O desenvolvimento economicista de extraçãoque tem imposto aos grupospoderosos, tem esgotado e diminuído os recursosnaturais dos povos de menorpodereconômico e político. Além disso, têm modificado a talextremoseuspadrões de pensamento, quenão é difícilencontrar as evidências de que os paísesmaispobres estão lutando paraalcançarpadrões de "desenvolvimento econômico” ou de “progresso material” típico dos chamados países industrializados. É fácilqueestespadrões de pensamento dos menospoderosos tem sido induzidos pelaideologiadominante a nívelpolítico.
O estilo de desenvolvimento que se tem impostado tem gerado graves e as vezesirreversíveisdanos ao entorno humano. Como resultado, sentido já de alguma maneira pela população, já se observa cada vez mais, freqüente manifestação de pequenos grupos alertando sobre a crescente ameaça para a sobrevivência da própria espécie.
Não é nem um pouco desejável a idéia de que o homem, comoúltimaespécieevolutiva, puderaser também estar destinada a desaparecer comoconseqüência de suas próprias açõessobre o ambiente, do qual depende emdefinitiva, suaexistência.
Esta preocupaçãocadavezmaisfortenosleva a refletirsobrequanto a nossaação no uso de energia e armamentosnucleares, a contaminação do solo, a destruição da capa de ozônio e nosdanos a fauna e flora e obviamente se estendendo ao sentidoreal da nossa sobrevivência quando julgamos que os direitoshumanos devem ser estendidos a todos e não entendemos o porque de que existem muitospovos do mundo morrem de fome, desnutrição, doenças, guerras e toda uma gama de delitossociais (marginalidade, a aglomeração e o desemprego) que tem suarelação ao sentido de respeito ao próximo.
Paraconcluir, vale lembrar que no passado, as sociedades de subsistência produziam ummenordano ao seu entorno e ao própriohomem. Poderiaatédizerqueestetipo de sociedade, mantêm certo equilíbrio com a natureza uma vezquesuaagressão é mínima e a capacidade de regeneração do local é total e embora compreendendo que os fatores sociais e ambientais são parte de uma interação onde o natural sobrepõe ao artificial, nas sociedades modernas, verifica-se uma forte ruptura entre as diversas comunidades com seu entorno, variando no transcurso das geraçõessegundo os interesses e dominações de cada grupo, um sobre o outro, através do crescenteníveltecnológico a seualcance gerando umgrau de poderimensopara uns poucos e sentido de submissãopara uma grandemaioria.